Centro de Apoio à Pessoa em Luto

sexta-feira, 1 de maio de 2009

"Uma senhora de 47 anos, Isabel, que exerce a profissão de secretária, perdeu o marido, de 50 anos (Carlos), há quatro anos, num acidente rodoviário, quando a ia esperar ao aeroporto. Isabel revela sentimentos de agressividade que vinha sentindo, «por vezes eu ‘perguntava’ ao Carlos: porque me deixaste? Não vês a falta que fazes nesta casa? Agora que a vida nos corria tão bem é que decides abandonar-me?!... Passada toda aquela revolta, desfazia-me em lágrimas e culpava-me por ter sido egoísta, por lhe ter quase exigido que me fosse buscar…» E prossegue o seu relato, referindo a raiva sentida contra os familiares mais próximos, «tive conflitos frequentes com a minha filha, pois muitas vezes responsabilizava-me por não ter feito o pai feliz; já o meu filho remetia-se ao silêncio; senti que ele me evitava e isso irritava-me…». Relativamente aos restantes familiares, «apenas a minha irmã mais nova me deu algum carinho; todos os outros, quer fossem meus familiares quer do Carlos, trataram-me com toda a indiferença». Os amigos «não prestam; apenas vieram ao funeral e depois, quando me viam na rua, só se não pudessem é que não mudavam de passeio; ficamos com a sensação que temos peçonha…». Salienta que «fiquei, e por vezes ainda me sinto, revoltada com todos, o pessoal do hospital onde o Carlos esteve em coma, durante três meses, era extremamente antipático, o médico era horrível, não me dava informações nenhumas, acabei por fazer queixa dele ao director do hospital…» e, para finalizar, «até contra Deus me insurgi, eu que era crente… fiquei tão indignada com tudo que abandonei a Igreja…».”
in livro "Desatar o nó do luto" autoria de José Eduardo Rebelo...
Quantas vezes sentiu já esta dor? Quantas vezes fez já estas perguntas a si mesmo(a)... Para ajudar a ultrapassar esta situação é que a Apelo existe... a criação dos Capelos aparece para espalhar esta ajuda pelo país...
Nós na Capelo de Lisboa temos feito tudo o que nos é possivel para responder ás solicitações de quem nos procura... no próximo dia 9 teremos mais um grupo de entreajuda para viúvas e viúvos em lisboa... se precisa de nós contacte-nos e compareça... estamos á sua disposição...

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