Centro de Apoio à Pessoa em Luto

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Formações na área do luto


Associação Olhar http://olhar.home.sapo.pt/

(esta associação pratica preços sociais relativamente a consultas de psicologia)


Curso de Formação: Luto (9 horas)








Módulo 1: Os nossos receios perante a Vida e a Morte

Data: 17, 18, 19 Abril

Local: Lisboa

Formadora: Carol Gouveia Melo e Cláudia Farinha

Preço: €150



Módulo 2: A Relação de ajuda com doentes em fim de vida

Data: 24, 25, 26 Abril

Local: Lisboa

Formadora: Caro, Gouveia Melo e Cláudia Farinha

Preço: €150




Universidade Católica


O luto e o apoio à família


Entidade Organizadora: Universidade Católica Portuguesa

Local: Palma de Cima - Lisboa (Sede da UCP)

Data: 26, 27 e 28 de Março de 2009

Nível de Formação: A (Básico - Pós-graduado)

Destinatários: Multiprofissional

Contactos: Instituto de Ciências da Saúde - UCP Telef. 21 721 41 47 / Fax: 21 7263980



Outras formações de interesse

Formação sobre Saúde Mental

Intervenção psicoeducativa em familiares de pessoas com psicose

Dados do Curso

Tipo:
Formação Contínua

Público-Alvo
Público em geral, Estudantes e Profissionais de saúde, que trabalhem ou que estejam interessados em aprofundar os seus conhecimentos na área da saúde mental, mais especificamente sobre as intervenções psicoeducativas dirigidas a familiares de pessoas com psicose.

Funcionamento:

22 de Abril: das 10h00 às 13H00 e das 14h00 às 17H00
29 de Abril: das 10h00 às 13H00 e das 14h00 às 17H00
6 de Maio: das 10h00 às 13H00 e das 14h00 às 17H00
13 de Maio: das 10h00 às 13H00 e das 14h00 às 17H00
20 de Maio das 10h00 às 13H00 e das 14h00 às 17H00
27 de Maio: das 10h00 às 12H00 (Avaliação)

Nº Vagas:
20

Propina:
120 euros

http://www.nufor.uevora.pt/cursos/ver/95







domingo, 22 de fevereiro de 2009

Hoje é Domingo

Vários patamares de gostares assaltam-me nesta hora este grupo de partículas aglomeradas no todo do meu cérebro. Que perfeição esta, esta bomba biológica! A desordem faz parte também…temos de apreende-la para, em peças de puzzle, criarmos a nossa ordem orientadora e possuidora de sentido.

Projecto o meu existir pouco a pouco naquilo que venho descoberto ter uma pertinência estrondosa no acumular de dias com mais ou menos sentido. Somos invariavelmente seres de e em relação. Gostamos de pessoas e queremos gostá-las…gostamos de ser gostados e de fazer continuar esse tal gostar, como se dele se depreendesse algum amor-próprio.

Não existem protótipos relacionais, não existem fórmulas mágicas nem tão pouco perfeições relacionais. No fundo, o grande problema, desconheço se será mesmo um problema ou um desconforto, será quando assistimos ao saber que podemos perder as pessoas de quem depositamos o nosso gostar.

Antecipamos a perda, para sabermos encarar-lhe num futuro ténue, mesmo sabendo que nunca saberemos fazê-lo. Antecipamos e antecipamos. Vivemos num aqui meio acolá que é preciso ter consciência para desfraldarmos o devir inevitável para o perene.

Aos poucos, no avançar dos dias, vou me deparando com este nosso lado que, apesar de tudo, nos faz saborear os momentos.
A felicidade é isso mesmo, pelo menos para mim o é, … momentos mais ou menos breves que passamos a querer reproduzir, ou, pelo menos, voltar a sentir o que sentimos num tal momento significativo, sentir a intensidade do que sentimos.
Bloqueio de repente num idoso homem a ler o seu jornal… a ler os dias que outrora já teve…sempre ocupados, sempre a serem projectados num amanhã que agora chegou. Parece querer dar alguma forma ao fluxo existencial que lhe corre no seu ser…Diz baixinho para a empregada que quando morrer já não poderá beber café!! Antecipa-se à cruel paragem do projecto sempre inacabado! Projecto-me inevitavelmente nele e tento aniquilar tal projecção, como se não quisesse encará-la. Sempre a andar mais que as pernas, diria alguém importante…mas no fundo é um eu que corre sem mim, um eu que corre com todos nós.
A tarde está harmoniosa. Pego na “Cura de Schopenhauer” e leio, pela incontável vez, o que gostaria, no fundo, de deixar-vos hoje :

"(…) Grande parte da graça da vida perde-se se nunca tirarmos os nossos mecanismos de protecção e partilharmos a alegria. Porquê correr para a porta de saída antes da hora do fecho? (…)".

Yalom, I. (2006) in A cura de Schopenhauer

Amanhã é segunda-feira!


Até sempre.

André Viegas

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sobreviver é uma arte

Hoje tenho um vídeo que me acompanha há anos. Sempre que algo corre mal, sempre que acho que já nada vale a pena, venho revê-lo. E acreditem que vale a pena. É uma nova energia.
Hoje não quero falar de morte, de luto de tristeza. Falamos disso todos os dias… É tempo de levantar o queixo e olhar para o horizonte. Sorrir por mais doloroso que isso seja. Não estamos sozinhos.

Depois de ver este vídeo mais uma vez, penso que, nunca damos valor à nossa juventude, queremos sempre ultrapassar alguma barreira inexistente que nos tira o sono…
Todos os dias nos preocupamos em preparar o amanhã, e não vivemos o hoje…
Amanhã desafiarei a minha própria lógica, gozarei com o meu próprio medo.
A seguir a este filme relaxaremos 10 minutos, até nos voltarmos a recordar da confusão em que tudo está e ficar com um sentimento frustrante de cansaço sem razão.
Por vezes ganha-se por vezes perde-se, mas é importante recordar aquilo que ganhamos com o que perdemos.
Eu nunca esqueço os insultos, mas nunca me lembro dos elogios.
Às vezes parece que o sucesso se escapa por entre os dedos, mas como alguém sabiamente me costuma dizer, o que nos pertence, a nós acaba sempre por vir.
As revistas de beleza são de facto um atentado à nossa auto-estima.
Nunca entendo os meus pais, por mais que as nossas idades se aproximem. Raramente lhes digo que os adoro.
Estou rodeada de gente, e tenho 5 amigos para a eternidade.
Os conselhos são a forma de corrigir o passado.
Nada trará de volta o tempo que perdemos em coisas sem utilidade.
E cada dia que passa é menos um Amanhã.

Sobreviver é uma arte.


sábado, 14 de fevereiro de 2009

(In)finitudes

Há coisas infinitas que duram no tempo finito...

Por algum motivo ainda não debruçado pela minha parte, esta frase tem passeado nos meus pensamentos nestes últimos dias e decido por isso partilhá-la convosco e dar lhe algum significado.
E já que me remeto para significados, talvez começe mesmo por aí....começar por aquilo que significa significado.
Creio que existirá consenso se disser que ao serem construídos significados, que irão ser atribuídos às experiências vividas, o Homem constitui a sua forma de agir, de sentir, de ver, e a sua forma de ser em relação a tudo o que seja importante para ele.

Um mundo desprovido de significados, parece-me pois um mundo imaginável e sofrido, sofrido como o não sentido e não aparente significado do morrer corporal de quem amamos (que terrível vivê-lo, que terrível senti-lo).
A amputação existencial de alguém que gostamos parece realmente deixar-nos fora da órbita de tudo o que possa ter sentido, pois, na realidade, o viver até aquele momento significava, entre muitas coisas, a existência da pessoa falecida.
E agora?
Pouco a pouco, agora é tempo da dolorosa adaptação aos dias sem o tal outro querido, aos tais dias cinzentos. Pouco a pouco, agora é tempo de conferir um significado para a perda (Como cresci com ele/a? O que ganhei com ele/a? O que aprendi com ele/a? O que quero ser agora sem ele/a? O que não quero ser depois de tudo o que ele/a me ensinou? Quero eu ser feliz? Deixarei-me ser feliz?....).

Parece tarefa complicada realmente...no entanto, será importante o passinho a passinho, mas o andar em frente nesta mobilização de sentido!

O que vivemos com a pessoa querida será eterno enquanto existirmos, pois tudo o que vivemos com ela, traduzir-se-á agora na mobilização de todas as aprendizagens que realizámos com ela e em todo o potencial que passamos a ter para continuarmos a sermos grandes...o que nós quisermos.

Vamos aproveitar o que essa pessoa nos deixou de bom e vamos eternizá-la com a nossa felicidade por ela ter existido na nossa vida!
Agora faz-me também sentido dizer:
Há coisas finitas que duram no tempo infinito.


Até sempre.


André Viegas

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Luto


Aqui estão descritos alguns dos sintomas trazidos pela perda, durante o processo de luto. Veja:
- Depressão reactiva, observados por sentimentos de tristeza, de vazio, de solidão e desespero; sofrimento intenso e dor; lembranças de acontecimentos bons que foram vividos, como por exemplo, uma música, um lugar especial que era frequentado, datas importantes para a família.
- Ansiedade, como medo, impotência, medo de perder a sanidade, de morrer, ou sobreviver sem o morto, medo do isolamento, de não saber lidar com a situação financeira, ou de se achar sobrecarregado com as responsabilidades que o morto deixou.
- Sentimentos de culpa são percebidos pelas auto-acusações sobre coisas não resolvidas em vida e que estão directamente relacionadas com o morto, como Ter podido fazer algo para que a morte fosse evitada, ou que pudesse trata-lo de modo mais terno enquanto estava vivo.
- Raiva e hostilidade se mostram através de irritabilidade com o familiar, no tratamento com os filhos, com o destino, com o morto que " abandonou", com os profissionais de saúde e com tudo que lembre a angústia da separação.
- Falta de prazer com a comida, lazer, encontros sociais, trabalho e filhos, como se nada mais tivesse importância ou brilho na vida após esta perda.
- A solidão é expressada em isolamento voluntário, ou mesmo na presença de outras pessoas. É o vazio do desinvestimento do vínculo, do abraço do nada.
- Agitação que se expressa por tensão, inquietação, hiperactividade que impede de terminar uma tarefa e estimula outra, que logo será substituída por outra, também inacabada. Ou seja, viver procurando o morto em outros vivos, sabendo que não encontrará.
- Fadiga, que pode estar intercalada com agitação. A fala fica lenta, vaga e demonstra olhar vazio e triste.
- Choro, com os olhos a lacrimejar, voz embargada e o rosto marcado pela dor.
- Comportamentos de auto-reprovação, baixa-estima, sensação de inadequação, frustração e que nada tem valor sem o morto.
- Sentimentos de desamparo, e até mesmo ideias suicidas.
- Desconfiança face a novos relacionamentos e amizades, evitando-se contactos, aumentando a solidão.
- Mecanismos de defesas muitas vezes são accionados para que o morto seja louvado e idealizado, não se comentando mais nada que possa macular a imagem fantasiosa que se constrói do morto, tornando-o herói.
- Lentidão de pensamento e dificuldade de concentração.
- Perda do apetite ou compulsão a comida que poderão alterar mudanças no peso.
- Insónia ou excesso de sono, que surgem como fuga da realidade dolorosa.
- Dores de cabeça, tensão nas costas e ombros, náuseas, vómitos, boca amarga e seca, prisão de ventre, azia, gastrite, flatulência, respiração curta e ofegante, força muscular diminuída, taquicardia, tremores e queda de cabelo , entre outros sintomas.
- Pode acontecer abusos de tranquilizantes, bebidas alcoólicas ou mesmo cigarro como fuga da realidade.
- Infecções por queda imunológica, desinteresse pelo cuidado com a própria saúde.

Hoje dedicarei este post, a quem me concedeu o site com a matéria que aqui coloquei, um grande amigo e sobretudo um grande Psicólogo, alguém como eu um dia adoraria ser. Ao meu grande amigo e "colega" Dr. João Pires.

Pierre, C. (s.d.). Sintomatologia do Luto. Obtido em 10 de 02 de 2009, de http://www.claricepierre.psc.br/artigos8.htm

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


A Capelo de Lisboa está a organizar um workshop sob o tema:


Como trabalhar o luto


com a "ajuda" da programação Neuro-Linguística (PNL).

A Programação Neuro-Linguística é um instrumento de estudo e transformação pessoal, capaz de levar o indivíduo a conhecer-se e relacionar-se melhor, a viver com mais prazer, instalar uma performance de sucesso, superar traumas, medos e inseguranças e dominar a arte de preparar o seu futuro.

Os conteúdos do workshop são:

- História e definição da PNL(programação neuro-linguistica)
- Consciência do estado: Niveis neurológicos e sub modalidades
-Integração: Exploração de posições perceptiveis, alinhamento níveis neurológicos, linha de tempo
- Mudança: mudança de prespectiva - padrões de localização, reconhecer e mudar crenças limitadoras, mudança do estado emocional (associação/dissociação; âncoras; descoberta de recursos), padrão de luto, processo de longevidade - descobrir as jóias no passado, trabalho de luto "Ho'o Pono Pono

Data: 21 de Março de 2008
Horário09h30 às 18h30


Local: Lisboa (em local a combinar)


Destinatários: Pessoas em Luto, Profissionais e Estudantes de Psicologia, Estudantes e Profissionais de Enfermagem, Estudante e Profissionais de Serviço Social, e áreas que exerçam funções relacionadas com o Luto...



Inscrições:

As inscrições podem ser feitas por mail para:

carla.afonso@apelo.pt ou 914 024 168
andre.viegas@apelo.pt ou 964 194 446



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dias de sol em dias de chuva!

Creio que o ser humano é similar à metereologia....uns dias está de sol, ameno... e noutro, a oscilação já se constata na existência de um sol a par com um esfriamento global que nos faz mobilizar para a utilização de agasalhos que também urgem em serem utilizados em dias de chuva, de vento, dias de neve...

Somos meio inconstantes na nossa constância precisa, inconstantes com o sofrimento que ora se absolutiza em formas não passiveis de serem explicadas, ora numa amenização que desejamos manter. "Dias de sol", esses, são os mais apeteciveis mas também os mais rápidos a desaparecerem num horizonte intocável, ao que parece. Esses, também eu, como todos, desejava poder fazer emergir quando os dias cinzentos parecem intermináveis.

A metáfora pretendida parece ser simples. Dias de sol, dias de chuva, dias com vento, com frio, são todos, sem excepção, dias que não podemos fazer desaparecer ... dias que são necessários, não havendo nenhum que seja mais ou menos importante que outro. Se existisse apenas um estado metereológico, certamente que os danos seriam catastróficos e certamente que não dariamos tanto valor aos tais dias de sol, se o estado metereológico "chuva" de quando em quando não existisse.

A nossa alegria assim como a nossa tristeza, parecem pois funcionar como estes estados metereológicos, que ora vêm e se agudizam ora se trasnformam.

A questão é que, mesmo assim, podemos ser felizes em "dias de chuva", podemos voltar a amar em "dias de vento", podemos ir a concertos (!) em "dias de frio", podemos ir àquela festa que até gostávamos de ir, com aqueles amigos que já não vemos à tanto, em "dias de neve".... porque não?! Não temos, por aquela pessoa querida ter partido, que provar o nosso sofrimento a nada nem a ninguém. Esse sofrimento está cá dentro, bem no fundo e guardado, a ser elaborado...nós sabemos!! Não deixamos de amar quem partiu por isso. As provas sérias, são aquelas que se fazem com o coração e séria também é a questão de sermos aquilo que nós queremos ser! Muita gente passa a (sobre)viver como se tivesse a pagar por um castigo e o simples facto de rir e 'estar bem' pode trazer uma grande culpabilidade, mas Hoje é o dia de não recuar, de não nos auto castigarmos...é o dia de enviar a tal mensagem àquela pessoa e dizer..."vem comigo...vamos tentar criar um possivél sol"!
Mas está a chover!!
.... - E depois?!

Até sempre.

André Viegas