Centro de Apoio à Pessoa em Luto

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Reflexão....

A morte de alguém próximo que estimamos é com certeza uma das mais intensas experiências de perda que nos acontece. A dor vivenciada entrelaça-se no nosso dia a dia, afecta o nosso corpo e a nossa forma de encarar a vida.

Não adianta querer espantar a dor ou querer que passe rápido. O luto é um processo lento de reestruturação da vida agora sem a presença deste alguém que morreu.

No início custa aceitar esta nova realidade e a sensação inicial é de torpor. O torpor é uma reacção de defesa do organismo frente ao impacto, amortecendo-o de forma a dar tempo para a pessoa se organizar. Demora até a pessoa se adaptar a esta mudança tão significativa em sua vida.

No início é normal uma reacção de negação ao que aconteceu, a aceitar que não verá mais aquela pessoa que não contará mais com ela. Esta negação faz também parte deste processo de absorver o facto e acomodar as emoções.

Vários sentimentos podem ser experimentados neste momento, tais como: tristeza, raiva, culpa, saudade, etc. No entanto, a forma como esta pessoa morreu influencia na forma como vivenciamos o luto. As mortes súbitas, violentas ou por acidente geram com frequência sentimentos mais intensos, como ansiedade, impotência e raiva.

Na maioria dos casos são comuns manifestações físicas, como dor ou aperto no peito, cansaço, dificuldades para dormir e perda do apetite. O melhor não é reprimir esta dor, mas permitir a sua expressão. Reprimir as emoções pode ser bem mais sofrido, além de atrapalhar este processo de luto, prolongando-o. Com o passar do tempo os sentimentos vão perdendo a sua força e a vida aos poucos vai voltando ao normal.

A perda de um ente querido dá-nos muitas vezes a oportunidade de rever o estilo de vida que adoptamos deixando-nos mais conscientes da finitude da vida e da natureza mutável de muitas coisas.

Aceitar o luto é o primeiro passo para uma melhor resolução desta perda. É necessário ser compreensivo consigo e aceitar seus sentimentos. É também interessante compartilhar os seus sentimentos com quem confia, e que seja capaz de escutá-lo sem fazer julgamentos.

E é muito importante que a pessoa em luto se lembre que não está sozinha nesta dor, uma vez que ela faz parte de todos nós.

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